sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Companhia Progresso Industrial do Brasil (Fabrica Bangu)

Companhia Progresso Industrial do Brasil ( Fábrica Bangu)

Localizada no bairro de Bangu, zona oeste do Estado do Rio de Janeiro, teve o início de sua história no ano de 1673 quando o português Manuel Barcelos Domingues (um dos primeiros povoadores do Rio de Janeiro) construiu na antiga fazenda dos Jesuítas uma pequena capela e um engenho (Engenho da Serra) em sua fazenda, dando início à vida progressista de Bangu.
Proprietários de outros sítios, posseiros, escravos e homens livres, levavam a colheita de suas lavouras de cana de açúcar para a moagem no engenho. A pequena urbanização da região ocorreu no entorno das fazendas sempre ligado a construção de capelas e igrejas como ocorria no Brasil colônia.
Por volta de 1740 o Engenho da Serra mudou de dono e em 1743 o atual dono João Manuel de Melo é assassinado, por conflitos de interesses que existiam na época, já que o Engenho tinha sua produção bombando e superando outros engenhos que haviam surgido. No decorrer dos anos o Engenho passou por vários donos e uma delas foi dona Ana Francisca de Castro Moraes que o chamou de Fazenda Bangu e ficou conhecida como dona Ana Bangu.
A característica rural da região se mantém mesmo com o declínio das lavouras de cana de açúcar, pois surge logo após as lavouras de café (séc. XIX). Na metade do séc.com a crise do café e com a implantação do transporte ferroviário, as fazendas da região começam a serem desmembradas e o atual dono da Fazenda Bangu, o Barão de Itacuruçá, revende a fazenda para a Companhia Progresso Industrial do Brasil “conhecida como Fábrica Bangu”.
O atual bairro é então premiado com uma moderna fábrica têxtil equipada com tecnologia inglesa instalada nas terras do antigo engenho. Havia na região apenas uma rua a Estrada Real de Santa Cruz que havia sido aberta para a comunicação com as sesmarias dos Jesuítas. A escolha do bairro foi devido seus grandes mananciais de água (Rio da Prata e Guandu) indispensáveis ao seu funcionamento e sua construção foi a margem da estrada de ferro Central do Brasil.
A Fábrica Bangu foi inaugurada em 8 de março de 1893, no estilo das fábricas inglesas com uma imensa chaminé que se tornou o símbolo da fábrica, anunciando um novo ciclo de progresso e o nascimento do bairro. A Fábrica construiu um novo engenho “ Engenho Santo Antonio” equipado que passou a produzir além de aguardente, farinha de trigo, de mandioca, de milho e polvilho. Descascava arroz e passou a produzir cachaça de melhor qualidade. Muito desses produtos eram doados aos operários da fábrica.
A Fábrica construiu barracas em uma praça para que as frutas, verduras e legumes que eram cultivados na região pudessem ser vendidos e uma parte também era doada aos operários. Constrói também duas represas e um reservatório com capacidade para 550 mil litros de água na região do Rio da Prata. Em 1908 conclui o sistema de captação de água do Rio da Prata e a instalação de uma Roda Pelton a ser acionada pela queda d’água do reservatório, gerando energia elétrica. Além da construção de uma linha férrea circular para que os trens pudessem retornar a partir da estação Bangu c/ passageiros e cargas à Central do Brasil.
Em 1916 a rede de esgotos nas casas dos operários começa a ser implantada e já em 1917 a Companhia Progresso entrega a prefeitura do Rio a região de Bangu que deixa de ser propriedade particular. A iluminação publica é inaugurada em 1933 e a Light passa a distribuir energia elétrica ao bairro
A pesar dos contra tempos como a gripe espanhola (1918 / 1918) e a segunda guerra mundial (1939 / 1945) a fábrica segue a todo vapor com alta qualidade em seus tecidos exportando para a Europa, América do Sul e África. Em 1990 a Fábrica Bangu é vendida e deixa sua marca incontestável pelo seu desenvolvimento totalmente sustentável (produção de energia elétrica à total urbanização, água, esgoto, pavimentação) assegurando sua autonomia e sobrevivência da região.
A Fábrica ficou fechada por muito tempo e em 2005 o BNDES financiou a construção de um moderno shopping nas antigas instalações da fábrica. Em 30 de outubro de 2007 foi inaugurado o Bangu Shopping para atender a demanda da população.
Etnografia de um funeral
Nas vésperas de sua morte, Garrincha residia em uma casa alugada havia cinco anos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na Rua dosEstampadores, situada na antiga vila operária da Companhia Progresso Industrial, a fábrica têxtil de Bangu.
O fato de tratar-se de uma vila operária têxtil passou despercebido pela imprensa, que noticiou fartamente os acontecimentos de certa forma bizarros que se seguiram à morte daquele ex-jogador de futebol. Como por acaso, esse bairro assemelha-se bastante ao lugar mesmo onde ele nasceu e viveu até os seus anos de glória esportiva: a vila operária de Pau Grande, pertencente à fábrica de tecidos América Fabril e situada em uma localidade rural nas cercanias da cidade do Rio de Janeiro. Na impossibilidade em que estava Garrincha de voltar a seu bairro natal, o subúrbio de Bangu apresentava provavelmente características familiares suficientes para se constituir em um refúgio durante os anos de declínio do ex-jogador. A morte acabaria por levá-lo de volta a Pau Grande. Este aparente acaso chama, de fato, a atenção para o peso decisivo exercido pelas relações incrustadas em configurações sociais - como certas vilas operárias - sobre toda a vida de Garrincha, como veremos no decorrer deste trabalho.
O que Garrincha sempre gostou mesmo de fazer era jogar futebol. Durante toda a infância e adolescência, ele fugia de casa e do expediente na América Fabril para disputar peladas no campinho todo esburacado de Pau Grande. Mas para Garrincha isso era apenas uma diversão. Péssimo funcionário na fábrica de tecidos, ele só não foi demitido porque era o melhor jogador do time do S.C. Pau Grande. E não eram só os dirigentes da América Fabril que perceberam isso. Logo após a sua dispensa do Exército


























Características do Ambiente Físico

No século XIX, o Rio de Janeiro era um dos Estados que apresentavam condições favoráveis ao desenvolvimento de indústrias, No entanto, era possível destacar algumas limitações no que se refere a espaços para a implantação de indústria têxtil de grande porte como a CPIB (Companhia Progresso Industria do Brasil). Isto explica sua localização fora das áreas de funcionamento de indústrias de grande porte, como nas cadeias de montanhas da Serra do Mar. A CPIB, foi construída numa área que na época, era considerada rural, a 31 Km do Centro do Rio de Janeiro.
O principal aspecto geográfico de Bangu é o Maciço da Tijuca com altitudes que variam entre 80 a 120m, formando uma barreira natural para o vapor d´água que vem do mar, provocando condensação. Este fenômeno favorece a existência de uma exurberante floresta que cobre as montanhas que fazem parte da Mata Atlântica. Parte destas áreas são protegidas pelo Parque Nacional da Tijuca.
Na época do Brasil Imperial, esta região foi desmatada para o plantio do café, cana-de-açúcar e para a criação de gado, o que resultou na redução do abastecimento de água para a cidade. Este fato levou os dirigentes do Império a tomar algumas medidas. Posteriormente, foi realizado um reflorestamento sendo este o maior reflorestamento tropical realizado até o momento.
No ano de 1890, o canavial da Fazenda Bangú, foi transformado em área de cultura de algodão, com o objetivo de oferecer matéria prima para a fábrica. Dois anos mais tarde, a produção era tão baixa que levou a direção da Companhia a desistir desta idéia. Outras lavouras surgiram.
Quando a Fazenda Bangú foi comprada para se tornar uma fábrica, havia na região apenas uma rua, a Estrada Real de Santa Cruz.
No dia oito de março de 1893 a Fábrica foi oficialmente inaugurada. Nesse mesmo ano foi também construída a Vila Operária com 95 casas.
O prédio da fábrica tinha forma retangular e aproximadamente 18.650 m² de área construída, medindo 175 por 107 metros. O projeto é inspirado no estilo das fábricas da cidade inglesa de Manchester, cuja arquitetura industrial tipicamente britânica caracteriza-se por estrutura sóbrias e pesadas, com fachadas em tijolos aparentes avermelhados..
Após o ano de 1900, a companhia intensificou a abertura de novas ruas. Surgiram também nesta época, a 1ª escola, o Bangú Athletic Club e grupos carnavalescos. Com o desenvolvimento do bairro, foram abertas ruas que receberam nomes de profissões e seções da fábrica como Rua dos Tintureiros, Rua da Fiação, Rua dos Tecelões e outras.
A urbanização de Bangú foi iniciada em 1907 pelas estradas utilizadas para os carros-de-boi. Prevendo a extensão das casas da Vila Operária, foram abertas ruas paralelas e perpendiculares que mantém uma simetria com a fábrica e a Vila Operária, e, por outro lado, com a Estação de Bangú, a Estrada de Ferro.
Uma das ruas era larga, e, em toda a sua extensão era dividida ao meio por um canteiro de dois metros de largura, também arborizado de tamarindeiros intercalados por lampiões de ferro trabalhado. Essa rua estendia-se da estação de trens até o sopé da Serra de Bangú onde passava o encanamento. No Centro deste percurso havia uma praça com jardins tendo ao centro a Igreja de São Sebastião e Santa Cecília, padroeiros do bairro. O prédio da igreja obedecia o mesmo estilo das fachadas das casas.
No início da rua, do lado direito, funcionava o prédio branco do Cinema Vitória tendo logo na entrada da bilheteria um mastro onde era içada a bandeira brasileira toda vez que passava um filme nacional.. Havia um prédio alto e logo depois um muro que se estendia até o fim do quarteirão que terminava na travessa da fábrica. Por trás desse muro estava o campo do Bangú Atlético Clube cuja entrada era pela travessa da fábrica, atual Prof. Clemente Ferreira.
O quarteirão seguinte começava com os prédios de escritórios da Fábrica seguido de várias casas, todas de tijolos aparentes. Numa dessas casas funcionava os Correios e Telégrafos. Após atravessar a estrada Rio-São Paulo, atual Rua Francisco Real, haviam nove blocos de casas cada um com duas casas geminadas. A primeira casa era a sede do Grêmio Literário Rui Barbosa.
Pelo lado esquerdo o primeiro quarteirão começava com a Padaria e confeitaria Mercúrio. Seguiam-se dois casarões onde residiam famílias inglesas ou chefes da fábrica. A seguir vinham casas de negócios como a Farmácia São Sebastião, o Bazar dos Prazeres, a Sapataria do Seu Guimarães a residência do Dr. Miguel Pedro, a Farmácia Cid e outros casarões. Após a estrada começava o terceiro quarteirão com oito residências em tijolinhos aparentes
Em 1908, a urbanização foi complementada com a canalização das águas do Rio da Prata. Houve também a ampliação da iluminação elétrica com a instalação de uma usina de força movida por “Roda Pelton”, o que tornou possível a iluminação de quase todas as unidades da fábrica e o fornecimento de luz a um maior número de casas à noite.
Mananciais da Serra do Medanha e do Bangú foram compradas, cerca de 3.600 hectares de terra, a saber, da Fazenda do Bangú, Fazenda do Retiro, Sítio do Agostinho e Sítio dos amores. O objetivo era garantir a água que seria utilizada para a produção da fábrica (branqueamento, tinturaria e estamparia). A necessidade de captação da água, levou a fábrica a construir um reservatório acompanhado de um aqueduto. Esse reservatório ficou conhecido como a”caixinha” e se tornou ponto de referência utilizado como área de lazer para os dirigentes da fábrica.
Paralelo a isto, aconteceu a ampliação da estação férrea e a inauguração da Linha circular de Bangú, ligando o bairro ao Centro do Rio de Janeiro com o aumento de 10 para 28 o número de trens diariamente. Tais mudanças ocorridas em Bangú estavam diretamente relacionadas à fábrica, possibilitando melhorias de qualidade dos tecidos.
Estas melhorias fizeram com que Bangú deixasse de ser tratado como “Arraial” e passou a ser a “Villa de Bangú”.
Em março de 1910, é inaugurada oficialmente, a Igreja de São Sebastião e Santa Cecília.
No ano de 1916 foi construída a rede de esgoto para atender as casas dos operários.


Transformação Fazenda / fabrica e Fabrica / Shopping.
Em 1673, Manuel Barcelos Domingues, fundou em sua fazenda, na região, Engenho da Serra, mais tarde denominado de fazenda Bangu uma capela em homenagem a nossa Senhora do Desterro Mãe de Deus de Campo Grande. Nesta época já vivia na região grande número de escravos, posseiros, rendeiros, meeiros e homens livres que já davam ao início ás primeiras atividades econômicas da região. Os pequenos proprietários de sítios criavam animais e produziam outros gêneros alimentícios como: carnes, frutas, hortaliças e cana de açúcar e transportavam estes produtos para atender a demanda local, através de carros de boi que percorria a região que mais tarde seria conhecido às primeiras ruas ligando a região e consagrando os trajetos que ligaria ao centro do Rio de Janeiro, a São Paulo e outras localidades.A produção do Engenho da Serra dependia da mão de obra escrava tanto na lavoura de cana de açúcar quanto na lavoura quanto no transporte. O Engenho produzia uma farta quantidade de açúcar e seus derivados, que seriam transportados para ser embarcado para Guaratiba e outros portos da Europa. O processo de urbanização da região se deu em torno da fazenda, sempre ligando á construção de capelas e igrejas como ocorria no Brasil colonial. A doação de terras era feita predominante a pessoas influentes e ligada às ordens religiosas. Em 1740, João Manuel de Melo recebeu a antiga fazenda da Sesmaria neste mesmo período João Manuel de Melo é assassinado porque a produção do Engenho da Serra cresce imensamente, tornando o alvo de disputas e rivalidade. Em 1743, a viúva de João Manuel de Melo, vende a propriedade a João Freire Alemão, um dos muitos donos que a fazenda Bangu teria sucessivamente ao longo dos anos. Só em 1798 que a Dona Anna Francisca de Castro Morais e Miranda (a dona Anna Bangu) foi à única que registra o nome da fazenda Bangu em papeis e documentos referente à propriedade. O ultimo proprietário que a fazenda Bangu teve foi o Barão de Itacuruça Miguel Martins que nas ultimas décadas do século XIX revende a fazenda para á Companhia Progresso Industrial do Brasil. Que estrategicamente escolhida pelo engenheiro Henrique de Morgan Snell para a implantação da fabrica de tecidos por dispor de grandes mananciais de água que era indispensável ao seu funcionamento.No ano de 1889 em plena crise da economia agro-exportadora, nasce á idéia de Implementar um projeto de uma fabrica de tecido. Esta idéia surgiu pelo Brasileiro, descendente de ingleses, cujo nome era Henrique Morgan Snell, membro da empresa “De Snell & CO”, sediada em Londres. O então Engenheiro Henrique passou a oferecer sua idéia para aqueles que tinham capitais e meios de viabilizar a sua criação de uma enorme Industria têxtil. Na sua peregrinação capitalista, o engenheiro Henrique encontrou pela frente dois banqueiros, o Conde de Figueiredo e o Barão de Salgado Zenha. Após analisarem as plantas da fabrica e examinarem os cálculos de custos, despesas de fabricações e demonstrações de lucros sobre o capital empregado resolvem bancar á idéia fabril. A partir desse momento nasce á Companhia Progresso Industrial do Brasil (CPIB).Com um capital de 3000 contos, dividido em 15.000 ações a RS200$000 cada uma, a companhia tinha 30 anos para funcionar, sem mencionar que a companhia poderia adquirir empréstimos tanto no Brasil quanto no estrangeiro, por meio de emissão de titulo de crédito e a própria garantia dos imóveis da companhia (CPIB). O empreendimento estava previsto para montar a fabrica com 1200 teares, maquinas de alvejar, tinturaria e estamparia com motores do tipo “Compound” Britânicas, num total de 1900 cavalos-força e com capacidade para empregar até 1600 operários.
No mesmo ano de 1889, a construção da fabrica foi entregue a firma Londrina The Morgan Snell And Company. O prédio da fabrica tem forma retangular com 18650 m² de área construída, medindo 175 por 107 metros construídos. O projeto é inspirado no estilo Inglês, tipicamente da cidade de Manchester, cuja arquitetura industrial é Britânica, que apresenta suas estruturas sóbrias e pesadas, com fachadas em tijolos aparentes avermelhados. A fabrica Bangu é ligada ao leito da Estrada de ferro Central do Brasil por uma extensão de 400 metros de trilho, que foi inaugurado em Primeiro de Maio de 1890, partindo da estação Bangu e terminando junto aos depósitos e armazéns da fabrica. Neste mesmo período começa a construção da chaminé da fabrica que medem 57 metros de altura, 4,12 metros de diâmetro na base octogonal e 2,44 metros na sua parte superior. A torre da fabrica depois de pronta passa a ser vista por todos que morram no bairro, inclusive aqueles que chegam á região. Em 1891, começa a contratação dos técnicos têxteis ingleses, que por sinal neste mesmo período era concluído o encanamento de água que ligava o reservatório do Guandu á fabrica Bangu. A construção da fabrica e os assentamentos de toda maquinaria ficam concluídos em 1892 e foi inaugurada no dia oito de março 1893, com a presença do vice Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto acompanhado também do prefeito do Distrito Federal, até o final de 1893 a fabrica tinha exatamente 800 teares em movimentos. Em 1895 é criada a banda de musica dos operários, onde é realizada também a reforma das 95 casinhas da vila residencial que foram construídas em1892 pela fabrica para seus técnicos e operários. Novas casas são construídas ao longo do tempo conforme iam aumentando o quadro de funcionários. A diretoria da fabrica decidem em investir nos terrenos de Engenho com lavoura, primeiramente teriam que demolir o antigo engenho da fazenda retiro que em janeiro de 1900, foi substituído por um novo, cujo nome séria Engenho de Santo Antonio.
O Engenho de Santo Antonio esta equipada para produzir farinha de milho, trigo, mandioca, polvilho, aguardente e preparado para descascar arroz e fornecer óleo de rícino, açúcar e outros produtos. O arroz, o fubá e o açúcar eram doados para os funcionários.
A fabrica constrói uma linha de trem ligando o Engenho ao leito da estação de Bangu para melhorar o escoamento da produção.
Em 1903, é fundado o grupo carnavalesco Flor de Lira e várias evoluções aconteceram ao longo dos anos como: O prédio que era para ser a cooperativa da fabrica, localizado na esquina das ruas Fonseca e Francisco Real, transforma em Escola para os filhos dos operários, Em 17 de abril de 1904, os operários fundaram um clube de futebol que dão o nome de The Bangu Athletic Club, Em 1906 da se inicio a busca de novos mananciais na serra de Bangu, neste mesmo ano a fabrica adquire o prédio da rua Primeiro de Março nº 38, no Centro da Cidade, destinado a instalação do seu escritório Central, em 1907é fundado o Grêmio Philomático Rui Barbosa, casa de cultura de cunho educacional, que passa a ser chamada de Cassino Bangu, no mesmo ano é criado o sindicato dos trabalhares e foram construídos duas represas e um reservatório para 550 mil litros de água na região do Rio da Prata, a 350 metros acima do nível do mar, com um volume de captação de 5.200.000 litros de água a cada 24 horas, Em 1908 é. Construída simultaneamente uma edificação com cinco metros de lado, destinados á instalação de uma roda Pelton a ser acionada pela queda d’água, gerando energia elétrica para as seções de gravura, estamparia e para as casas dos operários.
A antiga e pequena capelinha de madeira construída por Manuel Barcelos Domingues, que havia tornado matriz provisória, do lugar á igreja de São Sebastião e Santa Cecília, a igreja é inaugurada oficialmente só em 10 de Março de 1910, Em 1911, é inaugurado os cinemas modernos, seguidos da inauguração do cine Brasil, mais tarde cine recreio Em 1916 a rede de esgoto começa a ser feito nas casas dos operários.
Com a conseqüência da guerra de 1914 – 1918 na Europa surge dificuldade na navegação marítima gerando preços abusivos da matéria primas utilizadas na fabricação das chitas, como as anilinas importadas, a fabrica para de fabricar esses produtos e passa a produzir maior quantidade de tecidos leves, Em 1917 a Companhia Progresso Industrial, estabelece os limites geográficos de seu território, entregado a região de Bangu a Prefeitura do Rio de Janeiro. A escola Presidente Rodrigues Alves é doada á Prefeitura do Distrito Federal, passando a Chamar se Escola Martins Junior, no ano seguinte, a região é assolada pela epidemia da gripe espanhola, que mata mais de 20 milhões de pessoas ao redor do mundo. A escola Martins Junior é fechada e seu prédio é transformado em hospital, em face á disseminação da grave epidemia. A diretoria da fabrica suspende a cobrança dos alugueis dos prédios que eram ocupados pelos seus operários, essa pandemia fez vitimas durante dois anos, só cessando em 1920.
Em 1921, a companhia consegue obter uma estação de telegrafo para a região e em 1922 Manuel Guilherme da Silveira torna se o novo diretor presidente da fabrica. Em 1925 é criada uma nova associação cujo nome era Grêmio Literário Rui Barbosa, após o declínio do antigo Grêmio Philomático. Em 1926 a fabrica recebe a visita do então Presidente Washington Luiz, acompanhado do Deputado Julio Prestes futuro governador de São Paulo. Em 1929, Guilherme da Silveira licencia se da presidência da fabrica Bangu para assumir a carga de presidente do Banco do Brasil, entretanto em 1929, com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, provoca um agravamento na crise econômica Brasileira impedindo reformas previstas para o padrão monetário.
Em 1931 o prédio que servia como sede ao Cassino Bangu é retomado pela fabrica e passa a sediar o Bangu Club. Iluminação publica é inaugurada em junho de 1933, com a inauguração no mesmo ato da subestação, na rua Progresso. A Light, passa a distribuir energia elétrica no bairro de Bangu. Em 1933 o Bangu Athletic Club, conquista o primeiro campeonato de futebol profissional realizado no Rio de Janeiro, acompanhado do então craque Domingos da Guia, neste mesmo a fabrica para de funcionar por 45 dias em virtudes da deflagração de um movimento grevista. Em 1935 é inaugurada a Escola Getulio Vargas, terreno doado pela fabrica que fica localizado na avenida Sta Cruz e contava com a presença do próprio Presidente Getulio Vargas.
A companhia na época já tinha aberta 87 ruas no qual 49 delas eram conservadas pela própria companhia. Em 1936, uma tromba d’água da serra do guandu provoca uma enxurrada que danifica o reservatório construído para abastecer a fabrica. Em 15 de novembro de 1937 é fundado o recreativo da escola de samba Unidos de Bangu e no ano seguinte o Presidente Getulio Vargas inaugura em novembro de 1938 o Hospital Almeida Magalhães, construído pelo governo federal, para o tratamento de tuberculosos em terreno doado pela fabrica. Em 1939, a companhia eleva o numero de proprietário a 526, num total de 798 lotes. Em 1940, na nova rua aberta entre a estrada do Retiro e a rua Ceres coloca mais de 97 lotes á venda e ainda em 1940 a fabrica doa um terreno para a instalação do Hospital Guilherme da Silveira. Em 1943 a companhia doa outro imóvel para a construção da escola do SENAI, que era destinada a abrigar a escola de aprendizagem têxtil e que funcionava na própria fabrica. A companhia ainda inicia a construção de 114 casas para seus funcionários. Com a crise do abastecimento causada pela segunda guerra mundial (1939 – 1945) leva a diretoria da fabrica instalar em Bangu um posto de emergência oferecendo gêneros alimentícios para os familiares dos funcionários a preço de custo. Em 1944 é inaugurada e a creche a inauguração da Igreja São Lourenço na Estrada do Retiro, o estado de futebol do Bangu Athletic Club, recebe o nome de Estádio Proletário Guilherme da Silveira no dia 15 de novembro de 1947. Em 1948 a companhia recebe a visita do Presidente Eurico Gaspar Dutra, que por coincidência era a inauguração do Parque Aquático, uma piscina que seria freqüentada pelas famílias dos funcionários da fabrica. A alta qualidade, variedade e a beleza de seus padrões são comprovadas nos grandes desfiles que começam a ser realizado nas principais cidades dos Pais, como conseqüência de suas qualidades nos anos 50 os tecidos Bangu são exportados para diversos Paises europeus, principalmente para Itália, Holanda e Inglaterra, além da América do Sul e África. O Bangu Atlético clube é por duas vezes consecutivo vice-campeão nos anos de 1964, 1965 e 1966 é campeão carioca pela segunda vez na sua Historia. Em 1968 é fundada a associação comercial e industria da região e 1969 da se o inicio a construção dos 180 prédios do conjunto habitacional Dom Jaime Câmara, com cerca de 7000 apartamentos, era o maior conjunto habitacional da América do Sul. Em 1979 é inaugurado o Fórum na rua Silvia Cardoso, e posteriormente no ano 1983 a inauguração do Monumento aos Pracinhas, na praça da Fé.
Em 1990 a fabrica é vendida ao grupo Dona Izabel. A fabrica de tecidos Bangu, funcionou por mais de 100 anos, de 1889 até 2005, que encerrou suas atividades na rua Fonseca. A companhia Progresso Industrial do Brasil trouxe inovações Tecnológicas que imprimiram a marca da qualidade em seus produtos e impulsionou de forma indelével o desenvolvimento da região e alcançando renome internacional.
Através do decreto de 10 de maio 1995 é determinado definitivamente o tombamento da fabrica Bangu.
A Prefeitura junto com o proprietário da fabrica inicia os estudos de instalação de um shopping, garantindo a preservação e arquitetura básica da fabrica e vários projetos foram feitos e finalmente o grupo João Forte e Alliancce, assumiram o projeto. O Shopping foi inaugurado no dia 30 de outubro de 2007 e manteve o nome do bairro, recebendo o nome de Bangu Shopping.
Este sonho só tornou realidade graças ao projeto de Lei nº 645/ 2001, do então vereador Marcelo D’Almeida em co – auditoria com a vereadora Eliana Ribeiro. O projeto cria um Centro Comercial, Cultural e Turístico no conjunto arquitetônico da fabrica Bangu, na Rua Fonseca nº240, delimitado pela Rua da Feira, dos Açudes e Avenida Santa Cruz.
O Shopping tem mais de 200 lojas, um complexo de cinema com seis salas, com um total de 1.400 lugares, Centro Médico, Hipermercado, espaço para Centro Universitário e estacionamento para 2.500 vagas. O shopping tem uma previsão que cerca de 1 milhão de pessoas passaram pelos seus corredores mensalmente. O Projeto do Bangu é considerado o maior Centro de compras da região, e teve um investimento de R$ 250 milhões.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) aprovou o financiamento á Empresa BSC Shopping Center S.A., no valor de R$ 20,9 milhões, para construção de um moderno shopping center nos antigas instalações da fabrica de tecidos Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A empresa BSC faz parte do grupo João Fortes que atua no ramo imobiliários e agropecuários.
A linha de credito foi através da FINEM (financiamento a empreendimento). O banco do Brasil apoiou o projeto também com um credito de R$30,4 milhões, e o grupo João Forte com R$ 30,8 milhões em recursos próprios, concretizando um investimento de aproximadamente de R$82,5 milhões. A obra possibilitou a abertura de aproximadamente mil empregos diretos quando estiver funcionando. O shopping teve 250 empregos diretos e outros 2.250 nas lojas, totalizando 2.500 novas vagas de trabalho. A área do empreendimento cera de aproximadamente 37,5mil m². O projeto tem a instalação de seis lojas âncora (Leader, Casa e Vídeo, Casas Bahia, Lojas Americanas e o complexo de Cinemas de ultimas geração Cinesystem).
Hoje o Shopping Bangu, atende o próprio bairro e sua adjacência.




Perfil Sócio econômico

Como na época do Brasil colônia, a povoamento da região de Bangu e adjacências, inicialmente, deu se por cunho religioso, formando sempre povoados ao redor de capelas e igrejas fundadas pelos Jesuítas e/ou particulares, como exemplo o já citado Manoel Barcelos. Posteriormente esse processo foi estimulado pela promessa de terra e emprego.
Os primeiros a se estabelecerem na região foram os Jesuítas, praticando a criação de gado bovino e o plantio de cana-de-açúcar, sendo ocupada também por escravos, posseiros, meeiros e homens livres, que plantavam cana-de-açúcar, manufaturando-a no engenho da serra, produzindo açúcar, rapadura, álcool e cachaça. Praticavam também agricultura de subsistência com a produção de vários gêneros alimentícios como: frutas, legumes e hortaliças, vendendo a produção excedente de porta em porta por toda a região, utilizando como meio de transporte o carro de boi, formando as primeiras estradas ligando Rio de Janeiro e São Paulo, pois a única ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo era a antiga Estrada Real de Santa Cruz, ligando Santa Cruz a São Cristóvão (além de ser utilizada por D Pedro para visitar a Marquesa de Santos, na época do império) um importante fator para expansão econômica da região.
A criação de novas estradas facilitou o escoamento da produção, tanto por meio fluvial quanto marítima, em especial para o porto de Guaratiba rumo a Europa.
Com o declínio da cana-de-açúcar, intensifica-se a produção de café, em especial na segunda metade do século XIX. Após sucessivas crises do café e a implementação do transporte ferroviário as grandes propriedades rurais foram falindo e desmembradas em lotes menores, semi-urbanos.
A implementação de unidades militares e a criação dos ramais ferroviários de Deodoro, Realengo e Santa Cruz, trouxeram importantes investimentos para a região, essa facilidade de acesso, gerou um movimento contrário ao modelo de desenvolvimento industrial da época, em que as fábricas se instalavam nos centros urbanos, pela facilidade de escoamento da produção e disponibilidade da mão de obra, estimulando o êxodo rural. Em 1889, o Barão de Itacuruçá vende a Fazenda Bangu a Companhia Progresso Industria do Brasil (CPIB), que adquire cerca de 3.600 acres de terra em toda região. Impulsionada pela a abundancia hídrica disponível na região, o que facilitaria a produção.
Após a implementação de sua suntuosa fábrica, seguindo os modelos Manchesterianos de edificações, toda a região da fazenda Bangu e seu entorno vivencia momentos de profundas transformações. A CPIB visando integrar economicamente a área rural e a fabril substitui a plantação de café por algodão. Outras lavouras surgiram nas terras arrendadas pela companhia, sendo a mais expressiva a de laranja, lavoura esta, descritas pelo autor José Mauro de Vasconcelos no romance “O meu pé de laranja lima”.
Com a primeira guerra mundial a fábrica Bangu passa por uma grave crise, decorrente ao encarecimento da matéria prima como anilinas para tingir os tecidos, encontrando como alternativa a produção de tecidos mais leves. Uma outra crise econômica gerada pela segunda guerra mundial causou o desabastecimento da população fazendo com que a CPIB, fornecesse suprimentos a seus funcionários a preço de custo.
Na década de 50, a CPIB projeta-se internacionalmente, através de desfiles de alta costura, tendo seus tecidos exportados para diversos paises europeus como: Itália, Holanda e Inglaterra, além da América do Sul e África.
Após anos de funcionamento, a Fabrica Bangu passa por sucessivas crises econômicas, reduzindo seu quadro de funcionários em 95%. Chegando a assinar, em 1997, uma cláusula de acordo coletivo com seus 400 funcionários, sobre a redução da jornada de trabalho e de salários em 25% .
Bangu cresceu com todas as características de um bairro proletário, onde os primeiros patrões foram os ingleses. Bangu foi um bairro planejado para funcionar atendendo a Companhia Progresso Industrial do Brasil (Fábrica de tecidos Bangu), que por muito tempo exportou a marca Bangu para todo o mundo. Na época o eixo ferroviário Bangu-Madureira, expressava uma forte e densa atividade econômica industrial-comercial. Madureira chegou a ser o maior contribuinte de imposto ao varejo da cidade. Na época Bangu era um pólo do eixo da Zona Norte. Com o esvaziamento da Fabrica e o multiplicador que produziu, aliado ao esvaziamento comercial da Madureira, toda a região foi afetada.
Bangu é um bairro da cidade do Rio de Janeiro, RJ de classe média e média-baixa. Localiza-se na Zona Oeste da cidade, sendo um dos bairros mais populosos, com 244.518 habitantes (segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - Censo Demográfico 2000) distribuídas numa área de 4.570,69 ha. Localizado no centro geográfico da cidade, tem por vizinhança os bairros Campo Grande, Senador Camará, Santíssimo, Gericinó, Padre Miguel e Realengo, além dos municípios de Nova Iguaçu e Nilópolis. Bairro formado por 73 favelas, cerca de 30 mil desempregados e 25 mil camelôs. Tem um dos piores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) da cidade do Rio de Janeiro
O Bangu-Shopping tem área de 140 mil m2, sendo 43.300 área bruta locável -ABL. Conta com 200 lojas com as lojas âncoras (Lojas Americanas, Leroy Merlin, Leader Magazine, Casas Bahia, Casa & Vídeo, C&A, Ponto Frio e CineSystem). A praça de alimentação terá 1.110 m2. O estacionamento tem capacidade para 2,6 mil vagas. Serão 3 mil empregos diretos e certeza que 200 mil veículos e pelo menos 1 milhão de pessoas circularão por mês nos corredores do Bangu-Shopping.


PROJETO BANGU SHOPPING



A antiga fábrica de tecidos Bangu, que durante muitos anos foi fonte de sustento de muitas famílias que por ali passou, terá instalado em seus terrenos um investimento do grupo João Fortes, cerca de mais ou menos R$ 82,5 milhões e aprovado pelo banco nacional de desenvolvimento econômico e social ( BNDES) e com intermediação e apoio do Banco do Brasil o projeto de um shopping, que só nas obras oferecerão cerca de 1000 empregos direto, e quando estiverem em funcionamento 250 empregos direto além de 2250 nas lojas. O projeto foi o mega Bangu Shopping, com sua arquitetura neoclássica original da fábrica.
O projeto teve como novidade a montagem de uma E.T.E. (estação de tratamento de esgoto) com oito tanques subterrâneos na área do estacionamento.
Outra novidade do projeto é a da empresa Iqara, um dos maiores grupos mundiais que atua na cadeia do gás natural desde a exploração e produção até o consumidor final, e que tem como finalidade desenvolver e implantar soluções energéticas, tendo o gás natural como combustível operacional na redução do impacto ambiental. É usado um moto gerador a gás natural com reaproveitamento do calor das camisinhas do motor e dos gases de exaustão para gerar água quente e alimentar um resfriador que irá gerar água gelada para o sistema de ar-condicionado do shopping.
Mais ou menos seis meses antes da inauguração, foi aplicado uma camada protetora feita de saco plástico e gesso no piso, que só foi retirada na inauguração.
Foi construída uma grande cisterna, que comporta um milhão de litros de água, e depois outras obras como praça de alimentação, estacionamento, entre outras.
Agora vamos falar sobre os benefícios que o Bangu Shopping trouxe. Trouxe para o bairro, além da beleza arquitetônica do século XVII, lojas, cinemas e parques. Para a população é a facilidade na aquisição de diversas marcas.
Na área cultural, conta com o primeiro cinema digital da zona oeste, que além de filmes com qualidade digital que valorizam o sistema do áudio e imagem do vídeo, ele também desenvolve ações promocionais com descontos e brindes especiais, além disso tem um fantástico projeto de exibição de filmes diferenciados, como: projeto escola, voltado só para escolas com conteúdo didático; projeto cidadão que é oferecido para a comunidade menos assistida ao acesso a cultura e também o projeto Um Outro Olhar, que reserva espaço para filmes de arte fora do circuito comercial.
O Bangu Shopping contém a loja Hihappy e a Magic Games, que além de seus brinquedos eletrônicos, oferece também jogos educativos.
No shopping também está instalada uma das maiores lojas de origem francesa, a Leroy Merlin, onde a população da região tem acesso fácil a grande variedade de mercadorias, desde a área de construção , decoração, bricolagem, jardinagem, entre outras. O shopping também proporciona diversão, lazer e entretenimento para a população que por ali passar.
Como soluções ainda a serem alcançadas, temos uma área reservada para a construção de uma faculdade e centro médico. Tudo isso com a preservação das 400 árvores existentes no local.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Feira de Caxias - Lugar de encontro das "gentes"



HISTÓRIA

Surgida há mais de 50 anos, a partir dos esforços de pequenos plantadores que inicialmente praticavam uma agricultura de subsistência e, de pequenos fabricantes de roupas que tinham a necessidade de vender os seus produtos sem terem que correr o risco de, ao se deslocarem para outros locais mais distantes, perderem toda a mercadoria em assaltos ou confiscos arbitrários e, principalmente, pela inexistência de um comércio na cidade que atendesse às necessidades dos moradores da cidade, a Feira de Caxias foi criada e tornou-se o que é hoje: um agregador de culturas com cheiros, gostos e cores variadas.
Dona Maria, Seu Beto, Seu Lima, Seu Luis, Seu Gil e Seu Almir são a história viva da feira. Cada um com seu ponto de vista sobre a Feira de Caxias de hoje, mas, com um discurso único acerca da origem. Todos concordam que foram tempos difíceis, mas que havia mais respeito pelo trabalho que realizavam. Acham “bonito” virem “pessoas de fora” comprando na feira. Segundo um deles, “elas são mais educadas”.




A Feira de Caxias iniciou-se na Rua Presidente Vargas e hoje ocupa um total de oito ruas.

CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE FÍSICO



Ocupando o espaço de oito ruas do centro de Duque de Caxias, a sua feira mais conhecida – existem outras como a da Vila são Luis e da Vila operária – acontece somente aos domingos.



Todo o trânsito é desviado das 5h ás 18h. Há um espaço mínimo de 2m x 3m que deve ser respeitado por cada feirante. As barracas são montadas e desmontadas por 15 equipes, cada uma com o seu responsável. O Seu “Biriba” é o mais antigo “armador” de barracas da feira.
Os feirantes possuem cadastrado na prefeitura da cidade e licença para funcionamento.


A proposta de um espaço mínimo surgiu após discussões acaloradas a respeito do espaço ideal para a exposição das mercadorias. Alguns utilizavam uma área muito grande, o que diminuía o espaço para outros feirantes, ou ainda, quem chegasse mais cedo teria alguns privilégios em relação à área a ser ocupada pela barraca. A falta de um critério gerou problemas sérios, tendo a prefeitura que intervir e estabelecer um espaço mínimo.

TRANSFORMAÇÃO



A Feira de Caxias “capilarizou-se”, agregando também uma vertente folclórica (o forró na feira). Havia o receio por parte de alguns que ao assumir a prefeitura, o atual prefeito desestimulasse a o forró, visto que foi uma iniciativa da gestão passada. Dizem alguns que “vontade não faltou”. No entanto, a pressão dos forrózeiros foi maior e os shows continuam sem uma identificação com uma gestão específica. O que foi, notadamente, um ganho para os artistas e freqüentadores. Apesar de o palanque ser usado em épocas eleitorais para discursos políticos, em que são exaltas as qualidades da feira e, principalmente, do gestor responsável pela melhoria “A” ou “B”.
Com o “agigantamento” da feira cresceram também os problemas. Um deles, a violência, foi sentida pelos feirantes que acostumados que estavam em resolver suas pendências na base dos berros e palavrões, viram-se acoados por um inimigo comum que não discrimina classe social, raça ou gênero. Surgiu então, em 1986, a figura do Sr. Barbosa, chefe da segurança que durante muitos anos garantiu certa tranqüilidade para os feirantes e freqüentadores. O que já não pode ser feito, hoje em dia, com a mesma qualidade.
A feira tornou-se também um local para namoros, encontros conjugais e extraconjugais, amigos (as) e afins. Já não é mais apenas a feira. E, principalmente, não está confinada a um “pavilhão”. Segundo alguns dos que a visitam, esse é o grande diferencial, o fato de a feira ter preservado as suas características não se rendendo totalmente à modernidade
Hoje já é possível vermos DVD’s e CD’s piratas sendo vendidos em algumas barracas. Fato que desagradou os mais antigos, mas que já não incomoda tanto. Incomoda sim, serem confundidos com os camelôs. De acordo com o Seu Lima: “Feirante é feirante. Camelô é camelô”.



PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO





A Feira de Caxias é uma feira das “gentes”, onde podem ser encontrados consumidores de perfis distintos. Um deles, o Sr. Augusto – foi esse o nome declarado – morador da Gávea e dono de uma pick-up “Hilux” disse freqüentar a feira há mais de oito anos, e que encontra de “tudo um pouco”. Não foi específico, no entanto, quanto ao que costumava comprar. Dona Olga, moradora do entorno, prefere comprar ao término da feira. Nas palavras dela: “as coisas são mais baratas”.





Pode-se dizer que freqüentar a Feira de Caxias é uma viajem ao nordeste brasileiro, com seus costumes e seu sotaque peculiar. È quase um chavão: “se não falar com sotaque não é feirante de verdade” – com exceção da Dona Maria, nascida em Portugal e que mantém o sotaque apesar de viver no Brasil há mais de 60 anos –, isso porque a origem da feira foi essencialmente de nordestinos. Hoje, no entanto, o perfil do feirante e do consumidor mudou. Outrora, os que iam até a feira compravam mercadorias para passarem a semana. Considerada uma “Cidade Dormitório” Duque de Caxias, assim como outros municípios da Baixada Fluminense, foram os grandes fornecedores de mão de obra para a construção civil e para os serviços de faxina diária nas casas e apartamentos da Zona Sul. Levar a marmita era vital. Daí a importância da feira na vida dessas pessoas, que não encontravam, nos seus bairros de origem, um comércio para provê-los do que era necessário.

PRINCIPAIS PROBLEMAS SÓCIO-AMBIENTAIS





Todo o lixo que é produzido pelos freqüentadores e principalmente pelos feirantes é recolhido pelo serviço de limpeza urbana que também higieniza toda a extensão onde ocorre a feira. Os legumes e verduras que são descartados pelos feirantes, por estar “feio” e impróprio para o consumo, são aproveitados pelos “freqüentadores invisíveis”. Homens, mulheres, crianças e idosos. Pessoas com rosto e nome, assim como as demais que vão à feira, mas que não conseguem erguer a cabeça o suficiente para estarem entre os que podem comprar, pois não têm com o que comprar e, sabem que não é necessário pedir o que já foi jogado fora. Estão de certa forma, “prestando um favor”, ajudando a limpar as ruas.



Não há, até o momento, projetos voltados especificamente para a melhoria da feira na sua totalidade. O que de fato surgiu como projeto e tornou-se uma realidade foi a criação de um espaço voltado para shows de forró. Os shows aconteciam separados da feira em outra praça (Humaitá). Que também abrigava os integrantes da Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio para os seus ensaios técnicos. O que passou a causar alguns desentendimentos, pois de um lado tinha-se o forró e do outro o batucar da bateria da Escola. O local escolhido não poderia ser melhor, no centro nervoso da feira, local de fácil acesso para qualquer visitante.

DENTRO DAS TRANSFORMAÇÕES TEMOS ABAIXO OS ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS ENCONTRADOS NA FEIRA:



Não é apenas o bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, que tem feira nordestina. Há mais de 50 anos, gente de todos os cantos do estado e do país encontra, em Duque de Caxias, muita diversão e uma enorme variedade de produtos, em quase mil barracas.
A tradicional Feira de Caxias é um shopping a céu aberto, que faz sucesso debaixo de sol e chuva.
Flores, calçados, roupas, uma variedade imensa de panelas, além de muita música, animais silvestres contrabandeados e comidas típicas. A Feira de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, é tradição de meio século.
São dois quilômetros de barracas pelo centro da cidade, até a Praça Roberto Silveira. Um programa familiar, ponto de encontro de amigos.
“Todo domingo eu estou aqui no meio da rapaziada, curtindo, tomando uma cervejinha, uma cachaça e uma carne de sol”, diz um freqüentador.
“Tem pessoas da Região dos Lagos, comerciantes, empresários, médicos, amigos. Isso aqui é uma família”, conta outro.
A fama desta feira, no entanto, está mesmo é na riqueza do povo nordestino. São moradores da Baixada que chegaram a partir da década de 50 e que nunca perderam suas raízes.
Carne de sol, culinária apimentada, doces, buchada e sarapatel: o público enfrenta a chuva e abastece a dispensa.
“Carne, queijo de manteiga, queijo coalho, rapadura, bolacha. Tudo derivado do Norte”, explica um feirante.
Os cariocas adotaram a feira e compram da comida ao artesanato. O famoso chapéu de couro é um dos preferidos.
“Todo mundo quer usar o que é bom. Um boné de couro desses não acaba em 20 anos”, afirma um vendedor.
O coco, ralado à mão, é transformado em tapioca.
“Tem a tapioca com queijo e presunto, com banana, com doces variados, mas a tradicional é com coco”, explica o vendedor Alexandre da Tapioca.
São quase mil barracas, que oferecem comida e diversão. O almoço de domingo é disputadíssimo e a feira se transformou em uma grande fonte de renda.
“O acarajé custa quatro reais e eu vendo, em média, uns 200 por domingo”, conta um vendedor.
Depois de um dia inteiro de compras, ainda sobra disposição para outro programa: na feira de Caxias, não tem tempo ruim. Basta o forró começar no palco, que os dançarinos aparecem, mesmo debaixo de chuva. Cada um ao seu estilo, o importante é aproveitar.
O forró na feira acontece todos os domingos, das 14h às 21h, sempre com a apresentação de vários grupos nordestinos.

Apesar de todas estas diversidades, a feira também está sendo usada para comercializar produtos ilegais. Enfim sabemos que todos os dias milhares de animais silvestres chegam aos grandes centros urbanos para alimentar um mercado de crueldade e ganância.
Você não vê, mas a degradação à nossa volta é imensurável. Veja um exemplo de uma única espécie traficada:



Em praticamente todos os bairros das periferias (assim como Caxias) de grandes centros urbanos podemos encontrar grande incidência de aviculturas e casas de rações. Às vezes mesmo um bairro pequeno chega a comportar mais de 10 desses estabelecimentos. E infelizmente a feira de Caxias que ganhou sua notoriedade pelos seus freqüentadores alegres, teve que passar ser um lugar conhecido por denúncias de ilegalidade como essa.
Polícia Federal faz levantamentos das principais infrações contra o meio ambiente em todo o país
O Estado do Rio de Janeiro tem cerca de 100 feiras livres, onde animais silvestres são comercializados ilegalmente. Em Duque de Caxias, a feira é considerada um dos maiores e mais notórios centros de comércio ilegal da vida selvagem no país. Estas são algumas informações incluídas no Mapa da Delinqüência Ambiental, documento que a Polícia Federal começa a usar como parâmetro para punir os crimes contra o meio ambiente e a biopirataria no país.

Aqui selecionamos algumas fotos de tráfico de animais



ANIMAIS APREENDIDOS NA FEIRA DE CAXIAS




"Infelizmente, em muitas regiões do Brasil o tráfico de fauna silvestre impera. Para acabar com o mesmo a dedicação de todos nós deve ser de sol a sol, incansável. Devemos estar determinados a extirpar da sociedade esta que é uma das piores modalidades de crime, um crime contra a Terra, contra a humanidade." M. Pavlenco SOS Fauna
Por fim, mostraremos algumas postagens abaixo que envolve num todo a Feira de Caxias, como a sua culinária, etc.







quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Um Segundo Espaço Físico da Fábrica


Com a aquisição de novas marcas, a Fábrica de Refrigerantes Pakera adquiriu um novo espaço físico bem maior que o da antiga fábrica.
A antiga fábrica, hoje se destina apenas à produção de àgua mineral e na fábrica nova se produz refrigerantes, naturais e cerveja.

Localização do Bairro de Jardim América no Rio de Janeiro


Associação de moradores Terra Encantada - Jardim América.

Trabalho com objetos recicláveis


Jovens trabalhando

Associação de moradores Terra Encantada


Objetivos iniciais e resultados do Projeto


- Possibilitar a preservação ambiental à partir do desenvolvimento de ações de conscientização e geração de renda sustentáveis, tendo como público alvo jovens em situação de risco.

- Publico alvo: Jovens da Comunidade, moradores do bairro , empresas e comerciantes da área.

- Principais problemas resolvidos: Ociosidade dos Jovens da comunidade, baixa auto estima dos Jovens, desemprego, fome, exclusão, enchente, doenças, omissão, violência, marginalização, gravidez precoce.

- Resultados até hoje:20 jovens engajados no projeto, 100 moradores do bairro cadastrados no projeto,02 parcerias efetivadas, 20 crianças atendidas, 1500 famílias beneficiadas diretamente, 06 pessoas remuneradas, 20 jovens recebendo bolsa auxílio, 01 Empresa Furnas Centrais Elétricas apoiando diretamente o Projeto.